Por
Alexandra Sturzeneker[1]
Vamos falar de
educação. Palavra que está sendo distorcida e incompreendida nos novos tempos.
Há tempos atrás educada era a criança que respeitava pais, avós, professores...
Estou falando do respeito que vem da admiração e não do temor. Essa geração
passou, pois as crianças cresceram, a tecnologia avançou assustadoramente e
aprimora-se dia após dia. Temos que ser “espertos” para acompanhá-la. As
mulheres tomaram o mercado de trabalho e as crianças, filhos dessas crianças de
tempos atrás, estão mais solitárias e ao mesmo tempo mais atarefadas, pois são
tantos idiomas a aprender que até se esquecem da língua mãe (como é que se
escreve mesmo “excesso”?). Isso é uma dúvida de vestibulando e não de crianças
do nível fundamental, porque nessa fase estão imersas nos sites de
relacionamentos e muitas vezes parecem digitar códigos ao invés de palavras.
Ah! Esqueci-me, é a pressa, precisam encurtar ao máximo as palavras, repetir
letras para enfatizar suas emoções. Eu fui uma criança desses tempos passados,
que admira uma boa obra literária e, diga-se de passagem, isso está perto do
fim, pois o que lotam as livrarias são Best-sellers, auto-ajuda (sim, pois
dão-nos a entender que somos cegos, dependentes de alguém com uma lamparina a
supostamente iluminar o caminho).
Vamos voltar à
educação. Professores mal preparados, alunos desinteressados, pais ausentes,
Estado muito, muito mais perverso, essa foi a melhor palavra que encontrei para
descrever a situação do sistema educacional. E nas faculdades? Pergunto se
alguém quer ser professor, e o ser humano diz “eu vou ser de literatura e
português”. Logo vem a crítica: “Você tá maluco? Ganhar mal e ainda levar
desaforo para casa todo dia? Por que
não faz engenharia, se ganha dez vezes mais e você vira chefe rapidinho, você
faz seus subordinados engolirem sapos”.
Rubem Alves diz que uma
das missões da educação é “formar um povo, ajudar as pessoas a sonhar sonhos
comuns para que, juntas, possam construir.” E ainda, “as escolas devem ser o
espaço onde alunos e professores sonham e compartilham seus sonhos, porque sem
sonhos comuns não há povo, e não havendo um povo não se pode construir um
país”.[2]
Bem, não sei por que,
mas muitos ainda acreditam que o Brasil é o País do Futuro...
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