Beijinho no ombro
Em referência aos estudos de
filosofia que se passam em Brasília.
Diante dos fatos, vamos pensar
alguns detalhes:
1. Funk
Beijinho no ombro
2. Recalque
3. Pensadores
4. Educação
Beijo da Morte, de um cemitério em Barcelona |
Recalque: Termo utilizado por
Sigmund Freud, primeiramente em seus trabalhos relacionados com as
psiconeuroses de defesa, no final do século XIX. Em mais de uma ocasião Freud o referiu como a
parte mais essencial da psicanálise (maiores detalhes, vide o artigo de mesmo
nome, de 1915). Apresenta o modo de defesa sobre os representantes da pulsão,
algo que fica a parte dos registros de consciência aceitáveis pelo “eu”. Em
linhas gerais, é uma forma que nós mesmos inventamos para repelir
representações desagradáveis. Nesta linha de entendimento, vivemos mesmo em uma
sociedade recalcada. Freud, contudo, já havia alertado para os perigos
iminentes, pois tudo que é recalcado retorna ao plano consciente de maneiras
mais dolorosas (seu estudo é uma proposição necessária, muito difícil por
sinal). “Keep calm e deixa de recalque”; “Beijinho no ombro pro recalque passar
longe”, significa que há alguém entrando em “crise” [tipo rodando a baiana (que
por sinal não têm nada a ver com isso, as baianas...)], fazendo um chilique por
motivos bisonhos, por copiosa inveja. A ação defensiva consiste em “tiro, porrada
e bomba”, ou seja, guerra sanguinária, é pra matar. Dar um “beijinho no ombro”
é um sinal de desprezo para o recalque. Funciona também como exorcismo, tipo bater três vezes na madeira pra afastar o mal. Resumindo, o recalque na canção é um
chilique de piriguetes. Passa longe do túmulo de Freud. Mas se há um conceito e
um grande pensador no caso, é ele.
Pensadores: há, entre os
pensadores, enorme dificuldade de reconhecimento. Indivíduos que hoje detém
o título foram, em outras épocas, execrados publicamente e alguns até levados a
juízo (pensar é uma das atividades mais perigosas que existem). Dificilmente
vamos ver um pensador (um digno desse reconhecimento), com vida boa de
princesa, cercado de acólitos, mimos e fru-frus. Certamente devemos tomar cuidado com pensadores
contratados pelo governo para impor ideias e passar conceitos. São pensadores
sim, sem dúvida, mas sua ética está sob suspeita.
Educação: faz muito tempo, no
Brasil, que o “cabeção” foi substituído pelo “popozão”. "Aqui a bunda vale mais que a mente", critica Mc Garden. Trata-se de um processo
de descerebralização da educação, que faz com que um par de nádegas valha muito
mais que um par de cérebros (os hemisférios direito e esquerdo). Um par de cérebros produz ideias. Um par de nádegas, para além da estética, produz merda. Logo, os
exemplos deploráveis questionados na educação atual vão na mesma latrina, digo, linha. Lamentável. A respeito da polêmica, claro que
não passa de mais um aproveitamento midiático para atingir certos bestiários,
digo, ideários. A mesma mídia que posa de defensora da educação vive de
explorar os popozões que pululam no varejo.
Espanta-me o fato de o tal
professor querer insistir na ideia de que a moça seja mesmo uma pensadora. Espanta-me
falar dos pensadores franceses quando quem está em questão é um alemão maldito.
Valei-me Sigismundo. Salve-me Zaratustra.
PS.: Pare o mundo, que eu quero
descer.
Angelo Pereira Campos é Jardineiro.
Em horas inexpressivas dedica-se a coisas de pouca monta, tais como filosofia e
psicanálise.
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